A música “A vida é um sopro” tem letra de Eduardo Muñoz, melodia de Cristian Camargo e foi interpretada por Marcelo Oliveira na 38ª Moenda da Canção, além de conquistar os prêmios de Melhor Música na opinião do público e Melhor Letra. Em entrevista concedida ao programa Conexão Itapuí desta sexta (15), os artistas compartilharam a história por trás da música e sua experiência no festival patrulhense.
A música defendeu os municípios de Pelotas e Santo Antônio da Patrulha: Cristian, que viveu em Pelotas, onde reside Eduardo, mudou-se há poucos meses para Santo Antônio, o que acabou refletido na ficha da obra. Além da voz de Marcelo, também estiverem no palco os músicos Aluísio Rockembach (acordeon). Pedro Kaltbach (violino), Gustavo Brodinho (contrabaixo), Felipe Goulart (violão) e Maikel Luz (piano).



Origem da letra é uma homenagem do autor a um amigo

Os músicos Cristian e Eduardo e o homenageado, Murilo.
Segundo Muñoz, a letra nasceu há quatro anos como homenagem ao amigo Murilo, falecido em um acidente automobilístico aos 33 anos. “É o tipo de tributo que a gente nunca gostaria de escrever, mas o coração pediu”, relatou. A escolha do time artístico também carrega simbolismo: Murilo era “fã de carteirinha” de Marcelo e admirador de trabalhos de Cristian. Por isso, a parceria reuniu quem o homenageado admirava musicalmente, reforçando o sentido afetivo do projeto.
Para Cristian, a vitória coincidiu com a chegada a Santo Antônio da Patrulha e ampliou o peso da conquista. Ele já havia vencido a Moenda anteriormente e celebrou repetir o feito com uma música tão significativa e ao lado de parceiros de longa data. O intérprete Marcelo Oliveira destacou a relevância da Moenda no circuito de festivais do RS e o desafio de emplacar uma canção no festival, que é aberto à estilos distintos. “Não é fácil vencer a Moenda. Ver essa mensagem chegar às pessoas e ser reconhecida pelo júri e pelo público é especial”, disse.
A canção chegou ao palco da Moenda quase por coincidência, e levou a premiação principal mesmo com desafios técnicos
Muñoz contou ainda uma curiosidade: apesar de composta há quatro anos, a canção estava “adormecida” e voltou à cena quando ele reabriu a pasta de inéditas para preparar inscrições — “A vida é um sopro”, por começar com a letra A, apareceu no topo e entrou no envio que resultou na classificação e, depois, na vitória.
Nos bastidores da final, houve um problema técnico que eliminou a reprodução do som do piano do na apresentação. A organização, através do veterano diretor de palco Terson Praxedes, optou por não interromper o número, e após a apresentação, dada a opção, o intérprete dispensou a nova execução e o júri avaliou que a falta do piano não prejudicou o desempenho. Após o resultado, os autores celebram a comoção do público com a homenagem que, agora, “eterniza” a amizade na história da Moenda.
Fotos: Fernando Maguari / Acervo pessoal dos músicos.