Iniciativa envolve pescadoras de Xangri-lá, Imbé e Tramandaí e trabalha regularização, processamento e gestão da atividade
Em entrevista concedida ao programa Conexão Itapuí, a professora Lenise Guimarães e a aluna Eduarda Nunes, da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) de Santo Antônio da Patrulha, apresentaram o projeto Mulheres na Pesca Artesanal, desenvolvido com pescadoras do Litoral Norte. A professora explicou que a proposta começou em março e busca dar visibilidade ao trabalho feminino na cadeia produtiva do pescado. “O grande objetivo desse projeto é que a gente consiga produzir lá no final ter um projeto de lei que estabeleça condições mínimas a serem atendidas por essas famílias mas que elas possam comercializar o seu produto a domicílio”, afirmou.

Regularização e boas práticas
Lenise destacou que muitas mulheres atuam no processamento do pescado, mas sem possibilidade de formalização. “Elas acabam fazendo nas suas casas e por muitas vezes elas não conseguem nem se regularizar, dizer que tem uma profissão.” Segundo ela, o projeto inclui análises de qualidade e orientação técnica. “A gente acompanha essas pescadoras com o objetivo de melhorar o processamento, de apontar coisas que devem ser melhoradas pra garantir a segurança desse alimento.”
Eduarda explicou que sua atuação está ligada à gestão e ao apoio no desenvolvimento dos negócios familiares. “Eu vou entrar na parte de gestão. Ajudar essas pessoas no processamento, na divulgação, como chegar aos seus clientes, precificação”, disse. Para ela, o projeto também tem impacto social. “Então a nossa preocupação é para que elas possam ter esse conhecimento e possam passar para outras pessoas.”

Espaço adequado e etapas futuras
A professora Lenise observou que, mesmo com possível flexibilização, alguns requisitos serão necessários. “Precisa ter um espaço específico pra isso. Mas esse espaço pode ser um pequeno, desde que seja azulejo, com uma mesa adequada […] o que é o mínimo que essa pessoa precisa fazer.” Ela também ressaltou que o trabalho é articulado com órgãos fiscalizadores. “Estamos fazendo um projeto pra melhorar as condições e esses órgãos foram super receptivos.”
O projeto segue até 2026, com possibilidade de continuidade. Eduarda afirmou que a expectativa é ampliar o apoio às pescadoras. “A tendência é que a gente faça um bom projeto pra ajudar principalmente elas e posteriormente outras.” Segundo a professora Lenise, o objetivo é que a iniciativa tenha resultados práticos. “É um projeto que envolve ensino, envolve pesquisa, mas ele é um projeto de extensão […] a universidade a serviço das comunidades.”
Confira a entrevista completa:
