A Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe (influenza) teve início na última semana, no dia 7 de abril, com foco nos grupos mais vulneráveis, entre eles, pessoas com comorbidades — ou seja, aquelas que vivem com doenças crônicas ou condições clínicas que aumentam o risco de agravamento em caso de infecção pelo vírus.
De acordo com o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), os dados de 2024 confirmam a importância da imunização para esse público: 64% das internações e 87% das mortes por gripe ocorreram entre pessoas com comorbidades. Entre os idosos, que também integram o grupo prioritário, os números são ainda mais alarmantes: 85% das hospitalizações e 91% dos óbitos envolveram pacientes com alguma condição pré-existente.
A vacina contra a influenza é a forma mais eficaz de prevenção. Além de reduzir a gravidade da doença, ela ajuda a evitar hospitalizações e óbitos, especialmente durante o período de maior circulação do vírus.
Quem tem direito à vacina?
A lista de comorbidades definida pelo Ministério da Saúde inclui doenças crônicas cardíacas, respiratórias, renais, hepáticas, neurológicas, diabetes, obesidade grave, imunossupressão, trissomias (como síndrome de Down), entre outras condições especiais de saúde. Pessoas com deficiência permanente também estão incluídas na campanha, como aquelas com dificuldades severas de locomoção, audição, visão ou deficiência intelectual.
Para receber a vacina, não é necessário apresentar laudo ou prescrição médica. Basta apresentar algum documento que comprove a condição de saúde — como receitas, exames, laudos ou atestados. Em alguns casos, a avaliação da equipe de enfermagem no momento da aplicação já é suficiente.
Estimativas e distribuição
Embora não haja uma meta de cobertura vacinal específica para o grupo com comorbidades — devido à dificuldade de estimar sua população com exatidão —, a distribuição das doses é baseada na média de campanhas anteriores, de 2018 a 2022. Estima-se que cerca de 665 mil pessoas com comorbidades devam receber a vacina neste ano no Rio Grande do Sul. A população total prioritária no estado chega a aproximadamente 5,3 milhões de pessoas.
Além desse grupo, cerca de 464 mil pessoas com deficiência permanente também fazem parte do público-alvo da campanha.
Principais comorbidades ligadas a hospitalizações e óbitos
Em 2024, entre os 2.327 casos de internação por gripe no Rio Grande do Sul, 1.493 envolveram pessoas com comorbidades (64%). Das 288 mortes registradas, 250 foram de pacientes com alguma condição de risco (87%).
Comorbidades mais frequentes nas internações:
- Doença cardiovascular: 31%
- Diabetes Mellitus: 17%
- Outras doenças respiratórias: 14%
- Asma: 10%
- Doença neurológica: 6%
- Obesidade: 5%
Comorbidades mais frequentes nos óbitos:
- Doença cardiovascular: 48%
- Diabetes Mellitus: 28%
- Outras doenças respiratórias: 25%
- Doença neurológica: 11%
- Obesidade: 11%
Esses números reforçam o papel essencial da vacinação para proteger quem mais precisa. Os municípios seguem mobilizados para garantir o acesso ao imunizante, com orientações da Secretaria da Saúde para facilitar a vacinação deste público em todas as regiões do estado.
Fonte: Ministério da Saúde / Morsa Images/GettyImages