Em entrevista concedida ao programa Conexão Itapuí, conduzido por Rodrigo Portal, o escritor Luiz Nicanor, o diretor de fotografia Guilherme Vargas e o diretor de arte Luiz Gustavo Vargas falaram sobre a participação do curta-metragem O Correspondente na Mostra Gaúcha de Curtas do Festival de Cinema de Gramado. O filme, dirigido por Bruno Barcelos e Thali Bartikoski, é baseado em conto escrito pelo dr. Nicanor.
Obra nasceu em homenagem aos filhos
O escritor lembrou que a publicação da obra aconteceu em um momento especial de sua vida. “Eu tomei uma atitude quando não estava aposentado ainda, aos 75 anos, primeiro homenageando meus filhos, que são seis. Então escolhi seis obras para publicação, e um deles era esse conto, O Correspondente. A cada vez que um filho meu lia, dizia que aquilo dava um filme.”
Guilherme destacou o potencial cinematográfico da história original. “Quando o pai publicou esse livro, a gente escolheu o Correspondente, que já era cinemático do início ao fim. O Bruno e a Thali fizeram adaptações para ficar mais cinematográfico, mas a gente tem material infinito para trabalhar, inclusive com outros contos do livro”, disse o diretor de fotografia.
Participação em Gramado trouxe emoção à equipe
Luiz Gustavo lembrou da exibição e da premiação. “A exibição foi em dois dias. O nosso passou no sábado, foi o segundo filme, e depois no domingo ainda teve outros. À noite aconteceu a premiação”, explicou. Mesmo sem levar troféus, Guilherme ressaltou a importância da experiência: “A maior premiação foi estar ali, naquele momento, com o pai subindo junto com a gente no palco, emocionado em ver seu conto filmado por nós. Talvez nenhum troféu seria maior”.
Para a produtora executiva Thali Bartikoski, o sentimento também foi de conquista: “Foi um orgulho e uma emoção participar com nossa primeira produção num Festival com a envergadura do de Gramado. Aproveitamos para conhecer a cena do audiovisual do RS, assistimos a todos os curtas e também trocamos experiências com outros fazedores do audiovisual, como diretores e produtores de outras cidades, enriquecendo nossas conexões e nos dando a certeza de que nosso trabalho é de muita qualidade e tem uma linda trajetória pela frente.”
Bruno Barcelos, também produtor executivo, ressaltou o papel das políticas públicas no processo. “Antes de eu ir para a Rede Globo nós sonhávamos em fazer um filme. Eu lembro de estar no quarto do Gui há muitos anos, assistindo coisas no YouTube, e a gente dizia: a gente só precisa que alguém acredite na gente. Anos depois, graças a uma lei de incentivo, às políticas públicas de cultura, isso pôde acontecer, viabilizado pela Lei Paulo Gustavo e pelo esforço da Secretaria da Cultura. Aquele sonho simples e audacioso de fazer um filme se concretizou, sendo um dos concorrentes do Festival de Gramado”, concluiu.




Confira a entrevista na íntegra:
Fotos: Arquivo pessoal / Guilherme Vargas