Ex-vereador participou de reuniões com o governo estadual e lideranças políticas para viabilizar a delegacia especializada em crimes rurais
Em entrevista concedida ao programa Conexão Itapuí, o advogado e ex-vereador Ricardo Pires relembrou o processo que resultou na instalação da Delegacia de Polícia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (DECRAB) em Santo Antônio da Patrulha. Ele destacou que a mobilização teve início ainda durante seu mandato na Câmara, a partir de uma reunião com o vice-governador Gabriel Souza.
“Ele apresentou os números pra nós junto com a bancada de vereadores do MDB. E ali a gente estava falando alguns assuntos da segurança pública de Santo Antônio, muita preocupação em relação ao tráfico na época, ao Residencial Santo Antônio, mas o que chamou atenção dele e nossa também foi o número de abigeato”, relatou Pires.
Mobilização política
O ex-vereador explicou que a proposta nasceu do debate sobre programas de segurança voltados ao meio rural e que o município enfrentou resistência inicial do Estado. “Foi difícil a gente convencer o Estado na primeira vez que nós conversamos. Nosso interesse nem era que fosse primeiramente em Santo Antônio, era para que pudesse ter no litoral. E de cara foi negado, mas mesmo assim a gente insistiu, fizemos outras reuniões”, contou.
Segundo Pires, o projeto avançou após uma série de reuniões com o secretário de Segurança e o chefe da Polícia Civil, até que o vice-governador deu o sinal verde para mobilizar o Litoral Norte. “Com esse aceite do Estado, nós fizemos uma audiência pública aqui em Santo Antônio, bem prestigiada. O subchefe da Polícia Civil esteve presente, que hoje é o chefe da Polícia Civil, o Guerreiro”, relembrou.
Definição de Santo Antônio como sede
Com a disputa envolvendo outros municípios interessados, como Osório, o então vereador e o prefeito Rodrigo Massulo decidiram apresentar a estrutura que Santo Antônio poderia oferecer. “Ficamos numa reunião só eu e ele até à tarde, na prefeitura, uma sexta-feira. E segunda-feira eu fui até a Expointer, levei o que Santo Antônio poderia comportar e aportar pra que a delegacia viesse para o município”, explicou.
Ele relatou ainda a reunião decisiva no Palácio da Polícia, com o deputado Luciano Silveira e o então chefe da Polícia Civil, Fernando Sodré. “Ficou acertado que seria em Santo Antônio da Patrulha com a confirmação do aluguel pago cerca de 75% pelo município, com recurso próprio. E a nossa conversa foi pra que o Estado continuasse bancando pelo menos a parte que ele já pagava na Cidade Alta.”

Reconhecimento e bastidores
Ricardo Pires afirmou que o grupo trabalhou discretamente até a confirmação do anúncio, para evitar interferências políticas. “Foi uma estratégia que nós adotamos pra que não precisasse estar outro município sabendo qual era a nossa motivação. Eu posso dizer que participei tranquilamente de mais de dez reuniões fora do município pra que pudesse ter essa concretização”, destacou.
Ao comentar sobre a atual estrutura da unidade, destacou o novo momento da equipe. “Agora estão numa casa nova, trabalhando com um ambiente renovado, e isso dá uma motivação a mais pra trabalhar”, observou.
Continuidade do trabalho público
Ao final da entrevista, Pires comentou que continua atuando na advocacia, mas acompanha com orgulho os resultados de ações iniciadas em seu mandato. “Vejo depois que eu saí da Câmara de Vereadores alguns projetos que eu tinha deixado sendo concretizados, em relação à DECRAB, à raspinha solidária, a um projeto de lei para proibição dos fogos de artifício, ao recurso pra Cohab e pra causa animal. Então saúdo a todos os vereadores e ao prefeito que possam trabalhar pro nosso município”, concluiu.
