Conselheiros falam sobre castrações, abandono e criação de fundo para manutenção das atividades
Em entrevista concedida ao programa Conexão Itapuí, o presidente do Conselho Municipal de Defesa e Proteção Animal de Santo Antônio da Patrulha, advogado Germano Bemfica, e o conselheiro e coordenador do meio ambiente, Adriano Rocha, falaram sobre a recente instalação do conselho e os primeiros encaminhamentos adotados após a primeira reunião do grupo. Segundo Germano, o órgão reúne representantes da prefeitura e da sociedade civil, entre eles a OAB, ONGs de proteção e secretaria de educação.
Conselho busca estruturação e criação de fundo municipal
Durante a entrevista, Germano destacou que o conselho tem atribuições amplas, como sugerir leis e encaminhar a criação de um fundo que permita receber recursos, multas e verbas destinadas ao trabalho com animais. Ele explicou que “já temos o projeto de elaboração de um fundo, né? Que vai nos possibilitar receber ajuda financeira, tanto a verba quanto, por exemplo, a destinação de fins de multa e pena criminal”.
Adriano lembrou que o conselho é novo e que a iniciativa surgiu após a idealização da servidora Nicolly, responsável pela parte técnica e burocrática. Ele reforçou a necessidade de organização e continuidade: “Vamos fazer a coisa andar porque a gente tá um pouquinho atrasado, mas agora já demos o pontapé inicial com essa primeira reunião”.
Abandono, canil lotado e adoção responsável
Um dos pontos mais sensíveis discutidos foi o alto índice de abandono de animais na cidade. Adriano relatou que, mesmo com quase 900 castrações realizadas desde 2023, o problema persiste: “É muita gente que adota sem responsabilidade”. Ele explicou que o canil municipal está constantemente lotado e os animais levam meses para encontrar um lar.
Germano reforçou que a manutenção de cães e gatos exige gastos permanentes e que as ONGs não conseguem suprir toda a demanda. Segundo ele, a nova conta do canil no Instagram (@adoteprefasap) colabora na divulgação para adoção, mas ainda é insuficiente diante do volume de casos.


Educação nas escolas e mecanismos de fiscalização
Nos últimos meses, a equipe ampliou ações educativas em escolas do município para conscientizar crianças sobre cuidados e responsabilidade com animais, na tentativa de mudar comportamentos que geram abandono. Adriano também destacou o uso do microchip, que já permitiu localizar tutores em situações de fuga ou abandono: “A gente devolve e, se não quer, vai multa. Aí já fica mais fácil de tomar as medidas cabíveis”.
Ele também explicou como funciona o agendamento das castrações gratuitas, com prioridade para inscritos no CadÚnico, e relatou situações em que tutores não cumprem o horário combinado para entrega dos animais, o que prejudica outras famílias na fila.
Trabalho contínuo e necessidade de apoio da comunidade
Adriano e Germano afirmaram que o trabalho é desafiador e depende tanto do poder público quanto da colaboração da população. “É um trabalho bem formiguinha. Está dando certo, já fizemos bastante castrações”, disse Adriano, reforçando que adoções responsáveis ajudam a reduzir o impacto no canil. Ele ainda destacou o cuidado diário dedicado aos animais, citando o servidor Ademar Cruz como fundamental na rotina do espaço.
Ao final, os entrevistados reforçaram o pedido à comunidade: adotar de forma consciente, apoiar ações educativas e compreender que o problema só será amenizado com a participação de todos.
Confira a entrevista na íntegra:
