O final de maio de 2025 será marcado pela chegada da primeira grande onda de frio do ano no Brasil, e o Sul do país, especialmente as regiões serranas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, será o epicentro desse evento climático extremo. A Climatempo prevê que esta será uma das ondas de frio mais intensas do ano, com possibilidade de neve, recordes de temperatura mínima e risco de geadas amplas que podem afetar a agricultura regional.
A partir desta quarta-feira (28), o ar polar começa a avançar com força sobre a Região Sul, derrubando drasticamente as temperaturas já nas primeiras horas da noite. A previsão é de que a sexta-feira (30), marque o pico do frio, com mínimas que podem chegar a –7°C nas áreas mais elevadas da Serra Catarinense, como São Joaquim, Urupema e Urubici.
No Rio Grande do Sul, cidades como Bom Jesus e São José dos Ausentes também devem registrar temperaturas negativas. Em Porto Alegre, os termômetros podem chegar entre 7°C e 9°C, batendo o recorde atual do ano de 9,2°C. Em Florianópolis, a capital catarinense, a mínima prevista é de 9°C a 11°C, abaixo do recorde atual de 12,4°C.

Primeira neve e geada do ano
Com a combinação de ar gelado e umidade trazida por um ciclone extratropical, a previsão é de que a primeira neve de 2025 ocorra entre o final da tarde de quarta-feira (28) e a madrugada de quinta-feira (29). As regiões mais propensas à ocorrência do fenômeno são as serras gaúcha e catarinense, mas há possibilidade de flocos de neve também em cidades de altitudes mais baixas, como Gramado, Canela e Caxias do Sul.
A Climatempo explica que a presença de umidade suficiente em vários níveis da atmosfera, somada à forte incursão de ar polar, cria o ambiente ideal para a formação de nuvens carregadas de cristais de gelo. Também há chance de chuva congelada em áreas do planalto sul de Santa Catarina e no extremo norte gaúcho, próximo à divisa com Santa Catarina.
Após a neve, a entrada de ar seco e gelado deve provocar geadas amplas a partir da madrugada de sexta-feira (30). O fenômeno, que acontece quando o orvalho congela sobre as superfícies, será generalizado no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. As geadas poderão ser de moderada a forte intensidade e representam risco real para plantações e pastagens, principalmente em áreas agrícolas da serra e da campanha gaúcha.
Impacto no Litoral Norte gaúcho e Sul catarinense
No Litoral Norte do Rio Grande do Sul e no Sul de Santa Catarina, apesar de as temperaturas não atingirem os valores extremos das regiões serranas, o frio será expressivo. Cidades como Torres, Capão da Canoa, Osório, Araranguá e Sombrio devem registrar mínimas próximas a 6°C ou 7°C e máximas não superiores a 13°C na sexta-feira (30), o que é considerado muito abaixo da média para esta época do ano nessas áreas costeiras.
Além do desconforto térmico, o vento gelado proveniente do mar aumentará a sensação de frio ao longo de todo o litoral, exigindo atenção especial de pescadores, trabalhadores do mar e moradores das comunidades litorâneas. A população deve se preparar para dias de muito frio, especialmente idosos, crianças e pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Segunda onda de frio já chega no início de junho
Mesmo após o pico da onda de frio, uma segunda massa de ar polar já está prevista para os primeiros dias de junho. A expectativa é de que o frio se mantenha constante até pelo menos o dia 3, sem tempo suficiente para um aquecimento significativo entre as duas frentes frias.
Além de Porto Alegre e Florianópolis, Curitiba pode ver os termômetros caírem até 2°C, um novo recorde para o ano, superando os 9,5°C registrados anteriormente. Em outras regiões do país, como São Paulo, Campo Grande e Cuiabá, também estão previstos novos recordes de frio.

Orientações e cuidados
- Use roupas adequadas, com camadas de proteção térmica.
- Redobre os cuidados com pessoas em situação de rua: abrigos municipais devem ser acionados.
- Produtores rurais devem proteger lavouras e animais contra geadas severas.
Fonte: Climatempo