AO VIVO
AO VIVO
AO VIVO

Bispo de Osório reflete sobre a esperança em Deus e o cuidado espiritual com os pobres

por Melissa Maciel

Em seu artigo intitulado “Tu és a minha esperança”, o bispo da Diocese de Osório, dom Jaime Pedro Kohl, acolhe a mensagem do Papa Leão XIV para o Dia Mundial dos Pobres, inspirada no Salmo 71: “Tu és a minha esperança, ó Senhor Deus”. O bispo destaca que, mesmo em meio às provações e fragilidades da vida, a fé e a confiança no amor de Deus sustentam o cristão, lembrando que a verdadeira esperança nasce da certeza de que o Senhor é o rochedo e a fortaleza de quem n’Ele confia.

>> Siga o canal do Grupo Maristela no WhatsApp.

Dom Jaime reforça que os pobres são testemunhas vivas de uma esperança autêntica, construída na confiança plena em Deus e não nas seguranças materiais. Citando o Papa Francisco, ele alerta para a “pior discriminação” sofrida pelos pobres — a falta de cuidado espiritual — e convoca os fiéis a anunciarem o amor divino a todos. “O pobre tem o direito de saber que há um Deus que o ama. Cabe a nós anunciá-Lo”, afirma o bispo.

Leia o artigo na íntegra:

Tu és a minha esperança

Acolhamos a mensagem do Papa Leão XIV para o Dia Mundial dos Pobres:

«Tu és a minha esperança, ó Senhor Deus» (Sl 71,5).

Essas palavras emanam de um coração oprimido por graves dificuldades: «Fizeste-me sofrer grandes males e aflições mortais» (v. 20), diz o Salmista. Apesar disso, o seu espírito permanece aberto e confiante, porque, firme na fé, reconhece o amparo de Deus e o professa: «És o meu rochedo e a minha fortaleza» (v. 3). Daí deriva a confiança inabalável de que a esperança n’Ele não decepciona: «Em ti, Senhor, me refugio, jamais serei confundido» (v. 1).

No meio das provações da vida, a esperança é sustentada pela certeza do amor de Deus, derramado nos corações pelo Espírito Santo. Por isso, ela não decepciona. São Paulo escreve a Timóteo: «Pois, se nós trabalhamos e lutamos, é porque pomos a nossa esperança no Deus vivo» (1 Tm 4,10). O Deus vivo é, verdadeiramente, o «Deus da esperança» (Rm 15,13), que em Cristo, pela sua morte e ressurreição, se tornou a «nossa esperança» (1 Tm 1,1). Não podemos esquecer que fomos salvos nesta esperança, na qual devemos permanecer enraizados.

O pobre pode tornar-se testemunha de uma esperança forte e confiável, precisamente porque professada numa condição de vida marcada por privações, fragilidade e marginalização. Ele não conta com as seguranças do poder ou do ter; ao contrário, sofre seus efeitos e, muitas vezes, é vítima deles. Sua esperança só pode repousar em Deus. Ao reconhecermos que Deus é a nossa primeira e única esperança, fazemos a passagem das esperanças que passam para a esperança que permanece.

As riquezas tornam-se relativas diante do desejo de ter Deus como companheiro de caminho, pois se descobre o verdadeiro tesouro de que realmente precisamos. Ressoam, então, fortes as palavras de Jesus:

«Não acumuleis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os destroem e onde os ladrões arrombam e roubam. Acumulai tesouros no Céu, onde a traça e a ferrugem não corroem e onde os ladrões não arrombam nem furtam» (Mt 6,19-20).

A pobreza mais grave é não conhecer a Deus. Como ensina o Papa Francisco:

«A pior discriminação que sofrem os pobres é a falta de cuidado espiritual. A imensa maioria dos pobres possui uma especial abertura à fé; tem necessidade de Deus e não podemos deixar de lhe oferecer a sua amizade, a sua bênção, a sua Palavra, a celebração dos Sacramentos e a proposta de um caminho de crescimento e amadurecimento na fé» (Evangelii Gaudium, n. 200).

O pobre tem o direito de saber que há um Deus que o ama. Cabe a nós anunciá-Lo.

+ Dom Jaime Pedro Kohl, bispo de Osório

Fonte: Ascom Diocese de Osório / Melissa Maciel

você pode gostar

WP2Social Auto Publish Powered By : XYZScripts.com