Projeto da Escola Marçal Ramos busca prevenir enchentes
Em entrevista concedida ao programa Conexão Itapuí, as alunas Gabriela Vidal, Laiana Dutra e Laiana Rosa, do 3º ano da Escola Estadual de Ensino Médio Marçal Ramos, e a professora orientadora Ediane Aresi, falaram sobre o projeto de Monitoramento de Rios, criado para auxiliar a Defesa Civil do município de Caraá na prevenção de enchentes.
Segundo a professora Ediane, a ideia surgiu a partir da necessidade local e do vínculo da escola com a Defesa Civil. “Quando as meninas me convidaram a ser orientadora do trabalho delas, a ideia inicial já foi um espetáculo. Eu sou voluntária na Defesa Civil do município, então o trabalho delas veio de encontro à nossa realidade e à nossa necessidade”, explicou.
De aplicativo à estação de monitoramento
As alunas contaram que o projeto começou com outra proposta. “De início, nossa principal ideia seria um aplicativo que falava sobre enchentes. A gente não sabia muito bem que rumo tomar ou o que fazer. Daí a gente escolheu nossa orientadora, a professora Ediane, e perguntamos o que seria necessário, o que ela desejaria na Defesa Civil. Então ela surgiu com a ideia do monitoramento”, relatou Laiana Dutra.
A partir daí, o grupo iniciou pesquisas sobre equipamentos e funcionamento de sistemas de medição. “Foi oferecido pro município um monitoramento no custo de 59 mil, que é um exagero para um município de pequeno porte. Então a professora falou isso pra nós e fomos pra pesquisa de como funcionava esse monitoramento. A gente achou um projeto muito parecido lá em São Paulo, feito por estudantes da Universidade de São Paulo, e lá foi desenvolvido também o monitoramento, só que de baixo custo”, explicou Laiana Rosa.
Parceria com a FURG e desenvolvimento do protótipo
O projeto ganhou força com o apoio do professor Fernando Kokubun, da FURG. “A gente teve um primeiro contato com ele na nossa mostra da escola, onde ele foi um dos jurados. Após essa mostra, ele entrou em contato com a professora Ediane. A gente começou a estudar a questão de sistemas, uma placa Arduino que é a placa que nós usamos no nosso protótipo”, contou Gabriela Vidal.
Com base nas orientações, as estudantes criaram um protótipo que utiliza sensor ultrassônico, energia solar e transmissão via rádio. “Conforme a água vai elevando, o sensor vai acusando a distância e vai emitindo sinais conforme o nível do rio vai se elevando. Ele é na vertical e não na horizontal, o que dá uma eficiência maior na hora de prever”, explicou a professora.


Reconhecimento e novas experiências
O projeto foi apresentado em mostras regionais e convidado a eventos fora do Estado. “Com a repercussão do nosso projeto, o prefeito Bolívar e o coordenador da Defesa Civil, Danrlei, convidaram a gente pra conhecer o centro de monitoramento de Itajaí, Blumenau e do Estado de Santa Catarina”, contou Laiana Dutra.
A professora Ediane destacou o aprendizado envolvido em todas as etapas. “As meninas sentiram na pele o que é trabalhar com um tema tão relevante. É uma necessidade real do nosso município, e o projeto tomou uma proporção maior do que a gente imaginava”, afirmou.
Ao final, as estudantes agradeceram o apoio da escola e das famílias, que acompanharam de perto a evolução do trabalho. “A gente queria agradecer a direção da escola também por proporcionar esses momentos pra gente”, disse Laiana Dutra.
Confira a entrevista na íntegra:
