Dois novos diáconos permanentes servirão à Diocese de Osório a partir de agosto, depois de um processo longo de estudos e amadurecimento vocacional. Isaldo Santos da Rosa Junior será ordenado no dia 10 de agosto, domingo, às 10h, na igreja Santo André Avelino, no Centro de Maquiné.
Já Rafael Petry será ordenado no dia 15 de agosto, sexta-feira, às 19h, na igreja Nossa Senhora de Lourdes, no Centro de Capão da Canoa. Ambas as celebrações serão presididas pelo bispo da Diocese de Osório, dom Jaime Pedro Kohl. Após a missa de ordenação de Isaldo, em Maquiné, será servido um almoço, com o intuito de facilitar a participação da comunidade. Já em Capão da Canoa, Rafael oferecerá um coquetel.
Chamados vividos com fé

Natural de Feliz e residente em Capão da Canoa, Rafael Petry tem como lema diaconal a passagem do Evangelho de Marcos 10,45: “Porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir.” Para Rafael, esse lema expressa o sentido mais profundo de sua vocação: servir. Ele recorda que aprendeu esse valor com seus pais, desde a infância, quando ouviu pela primeira vez que “viemos ao mundo para servir e não para ser servidos”.
“Lembro que meu pai e minha mãe sempre ajudavam nas festas da comunidade e estavam prontos para servir. Sentia muito forte essa vontade de ajudar também. Fui coroinha após fazer a Primeira Eucaristia, na década de 1980, e gostava muito de estar no altar. Cogitei várias vezes entrar para o seminário, mas aos 14 anos fiquei órfão de pai, e a vida mudou bastante”, conta Rafael.
Casado com Karin Cristine Bukiewicz Petry e pai de Helen Cristine, Rafael atua como representante comercial há 13 anos. É filho de Maria Zenaithe Petry, de 88 anos, e tem dois irmãos mais velhos, João e Eunice. Ele conta que a mãe costuma alternar sua estadia entre sua casa e a da irmã, que também é viúva. Rafael é tio de quatro sobrinhos e tem quatro sobrinhas-netas.
Na comunidade, exerce o ministério de extraordinário da Eucaristia desde 2017. Também participa ativamente do Movimento de Cursilhos de Cristandade (MCC), da Pastoral dos Coroinhas, da Pastoral do Empreendedor e do Terço dos Homens, na Comunidade Santo Antônio.

Já Isaldo Santos da Rosa Junior, natural de Osório e residente em Maquiné, escolheu como lema João 12,26: “Se alguém quer servir-me, siga-me.” Isaldo escolheu seu lema por compreender que ser diácono é, antes de tudo, seguir a Jesus.
“O serviço só faz sentido quando nasce do encontro com Ele, do caminhar ao Seu lado, do aprender com Seu olhar e Seu coração. Quero que meu ministério seja menos ‘meu’ e mais d’Ele: servir, não por obrigação, mas por amor; não por mérito, mas por graça; não segundo meus planos, mas segundo os Seus passos. Seguir Jesus é o que me sustenta. Servi-Lo é o que me realiza. E que cada gesto, cada palavra, cada silêncio meu seja sempre resposta a esse chamado: ‘Se alguém quiser servir-me, siga-me’”, afirma Isaldo.
Casado com Silvia Adriana dos Santos da Rosa, é pai de João Gabriel e Caroline. Serviu à Polícia Rodoviária Federal e, após a aposentadoria, intensificou sua missão pastoral. Participa de movimentos como Encontro de Casais com Cristo (ECC) e Encontro de Jovens com Cristo (EJC), a Pastoral da Comunicação (PASCOM) e Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão, sendo presença constante nas ações da Igreja local.
Com essas ordenações, a Diocese de Osório passará a contar com oito diáconos permanentes em atuação, fortalecendo a vida eclesial em paróquias como Tramandaí, Torres, Três Cachoeiras, Capão da Canoa, Xangri-Lá, Imbé e Maquiné.
Diácono permanente
O diaconato permanente é uma vocação específica dentro da Igreja Católica, conferida por meio do sacramento da Ordem, que é composto por três graus: o diaconato, o presbiterato (padres) e o episcopado (bispos). O diácono é ordenado para ser sinal sacramental do Cristo Servo no meio do povo de Deus, colocando sua vida a serviço da Palavra, da Liturgia e da Caridade.
A palavra “diácono” vem do grego diakonos, que significa “servo” ou “aquele que serve”. Sua origem remonta ao tempo dos apóstolos, conforme narrado no livro dos Atos dos Apóstolos (cf. At 6,1-6), quando foram instituídos os primeiros sete homens encarregados de servir à mesa, assistir os necessitados e colaborar na difusão da Palavra.
Ao contrário dos padres e bispos, os diáconos não têm a função de presidir a Eucaristia (missa), de administrar a Reconciliação (confissão) ou a Unção dos Enfermos. No entanto, podem batizar, proclamar o Evangelho, pregar, distribuir a Sagrada Comunhão, presidir celebrações da Palavra e bênçãos, além de assistir e abençoar matrimônios. Exercem ainda papel importante na formação catequética, no acompanhamento pastoral das famílias e na organização de ações caritativas nas comunidades.
O diaconato pode ser conferido a homens celibatários, que se preparam para o sacerdócio, ou a homens casados, chamados ao diaconato permanente. No caso do diácono permanente casado, o compromisso com o matrimônio é respeitado e sua vocação diaconal é vivida em comunhão com a vida familiar. Caso o candidato seja solteiro, assume o celibato por toda a vida.
“O Concílio Vaticano II resgatou o ministério do diaconato permanente como um serviço estável e definitivo dentro da vida da Igreja. Segundo o Catecismo da Igreja Católica, o diácono não é um “ajudante do padre”, mas um ministro ordenado com identidade própria, cuja missão é tornar visível, com sua vida e ministério, o rosto misericordioso de Cristo que serve”, explica dom Jaime.
Além disso, dom Jaime afirma que na prática, o diácono permanente está profundamente inserido na vida das paróquias e comunidades, servindo de forma concreta nas necessidades espirituais e sociais do povo, especialmente junto aos pobres, doentes, idosos, encarcerados e mais vulneráveis. Seu ministério fortalece a evangelização e a comunhão eclesial, colaborando de forma vital com os padres e leigos na missão da Igreja.
Fonte: Diocese de Osório