O governo do Estado apresentou um dos projetos mais ambiciosos do pacote de concessões do Bloco 1: a construção da ERS-010, uma rodovia completamente nova, pensada para aliviar o trânsito pesado da BR-116 e reorganizar a mobilidade na Região Metropolitana, Litoral Norte e Serra. A via terá 41,4 quilômetros entre Porto Alegre e Sapiranga, pista dupla em ambos os sentidos e será alternativa direta para quem hoje enfrenta congestionamentos diários no principal corredor rodoviário do Estado.

O projeto prevê 18 viadutos, seis passagens de nível e dois trevos, garantindo fluidez ao tráfego e segurança para motoristas e pedestres. A estimativa do BNDES é de que, já no primeiro ano de operação, mais de 16 mil veículos usem a rodovia diariamente. O modelo de cobrança será por free-flow — pedágio eletrônico sem cancela — permitindo que os veículos trafeguem sem parar.
A ERS-010 nasce para responder ao colapso da BR-116 na Região Metropolitana, que recebe cerca de 140 mil veículos por dia e opera acima da capacidade. A nova rota, integrada ao planejamento estadual há décadas e conhecida como “Rodovia do Progresso”, promete reduzir custos logísticos e interligar diretamente cidades como Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha e Sapiranga, além de melhorar a conexão com o Paranhana.
Entre os benefícios diretos, o governo destaca a redução de tempo de viagem, estimada em mais de 8% em rodovias concedidas, ganho que pode representar até dois dias por mês a mais para caminhoneiros. Nos efeitos indiretos, a expectativa é de geração de emprego e renda, valorização imobiliária e maior confiança de investidores privados.
A ERS-010 faz parte do Bloco 1 de concessões, que soma 454 quilômetros e inclui trechos das ERSs 020, 040, 115, 118, 235, 239, 466 e 474. O investimento total será de R$ 6,41 bilhões ao longo dos 30 anos de contrato, sendo R$ 4,86 bilhões aplicados nos primeiros dez anos e R$ 1,5 bilhão aportado pelo Estado por meio do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs).
Além da nova rodovia, o pacote prevê 213,7 quilômetros de duplicações, 12,5 quilômetros de terceiras faixas, 363,4 quilômetros de acostamentos, quase 90 quilômetros de marginais e 31 passarelas. As estradas também serão adaptadas para resistir a alagamentos, erosões e deslizamentos.
O projeto contempla ainda socorro mecânico e atendimento médico 24 horas, monitoramento por câmeras e bases de apoio ao usuário, além de pontos de parada e descanso para caminhoneiros — infraestrutura essencial para garantir segurança e eficiência ao longo de toda a malha concedida.
Foto: Mauro Nascimento/Secom
