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Em artigo, o bispo da Diocese de Osório escreve sobre “Ser padre, hoje”, vocação desafiadora, mas fecunda

por Melissa Maciel

No mês de agosto, a Igreja Católica no Brasil dedica especial atenção às vocações, e nesta primeira semana as reflexões se voltam aos ministérios ordenados, em especial à vocação sacerdotal. Neste contexto, o bispo da Diocese de Osório, dom Jaime Pedro Kohl, propõe uma reflexão sobre o ser padre nos dias atuais, destacando que essa escolha vai além de uma profissão: trata-se de um chamado profundo que exige discernimento, oração, entrega e amor ao serviço de Deus e da comunidade.

Diante dos desafios da modernidade e da mudança de percepção social sobre o papel do padre, Dom Jaime destaca que a vida sacerdotal permanece fecunda e significativa, desde que assumida com consciência, fidelidade e espiritualidade. Ele afirma que, mesmo não sendo uma escolha fácil, ser padre hoje ainda vale a pena, pois gera vínculos afetivos e espirituais profundos com o povo de Deus, além de realizar a promessa de Jesus: “cem vezes mais neste mundo e a vida eterna”.

Leia a íntegra:

Ser padre, hoje

O mês de agosto, na Igreja do Brasil, é dedicado às vocações. Nesta primeira semana, vamos refletir e rezar pelos ministérios ordenados.

Enquanto cristãos, somos todos chamados ao seguimento de Jesus. Pelo Batismo, somos chamados à fé. As formas de segui-lo se diferenciam segundo os serviços específicos a serem assumidos na Igreja. Todas as vocações são importantes e dignas de estima, complementares umas às outras.

No caso específico do padre, não basta querer sê-lo, como no caso da escolha de uma profissão. Supõe-se um chamado especial, que precisa ser discernido com muita oração e reflexão por parte dos candidatos, usando os meios que a Igreja coloca à sua disposição.

Devemos reconhecer que não é fácil, hoje, um jovem trilhar o caminho do sacerdócio. Se antigamente era visto como uma questão de honra familiar, hoje não é mais compreendido assim.

Contudo, essa escolha não deixa de provocar certa curiosidade. É comum ouvir: Como chegou a essa decisão? O que o levou a seguir esse caminho?

A melhor resposta é a de Jesus: “Vinde e vede!”. Certas coisas são difíceis de explicar porque entram na dinâmica da graça, da relação íntima da pessoa com Deus.

Quando o padre é visto, simplesmente, como um profissional do sagrado, seu significado fica comprometido, e sua nobre missão, ridicularizada e mesquinha. A verdadeira compreensão dessa vocação exige uma leitura na ótica da fé e do amor. Se não for uma entrega de amor gratuito, com o único desejo de servir a Deus e aos irmãos, não se sustenta. A própria disciplina do celibato é uma questão de amor.

Quando assumimos o sacerdócio e suas exigências livremente, com conhecimento de causa, com uma visão teológica e espiritual adequada, segundo o projeto de Deus e o ensinamento da Igreja, experimentamos uma liberdade que os casados custam a entender. Sim, em muitos momentos estamos sozinhos, mas não numa solidão vazia.

Se o padre se esforça por viver bem e com fidelidade sua missão junto à comunidade, e essa aceita seu ministério, nasce um vínculo afetivo, uma relação de paternidade e filiação espiritual de grandíssimo valor.

Podem crer: nossa vida não é, de forma alguma, estéril; pelo contrário, é muito fecunda. Ser padre, hoje, não é fácil, mas é bom! Ainda vale a pena.

Jesus prometeu: “cem vezes mais neste mundo e a vida eterna”.

Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osório

Fonte: Ascom da Diocese de Osório / Melissa Maciel

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