
Durante reflexão publicada após a Assembleia Diocesana de Pastoral, realizada no último sábado (18), o bispo diocesano, dom Jaime Pedro Kohl, destacou a importância de cada batizado reconhecer-se como discípulo e missionário. Segundo o bispo, essa consciência é essencial para que a Igreja viva a comunhão, a participação e a missão de forma autêntica e comprometida com o Evangelho.
Dom Jaime ressaltou que a vocação cristã deve ser assumida como um chamado permanente à conversão e ao serviço. “Na Igreja, ninguém é mero destinatário da formação. Todos somos sujeitos ativos e corresponsáveis pela evangelização”, afirmou. O bispo concluiu reafirmando que a oração e a ação missionária sustentam a esperança e renovam continuamente a vida da comunidade de fé.
Leia a íntegra do artigo:
Somos um povo de discípulos missionários
Dizíamos em nossa Assembleia Diocesana de Pastoral, no último sábado (18), que somos um povo de discípulos missionários. É importante, mais uma vez, tomarmos consciência da nossa identidade e consequente responsabilidade. Nós, da Diocese de Osório, nos reconhecemos e compreendemos assim: um povo de discípulos missionários.
Como afirma o Documento do Sínodo, “a sinodalidade implica uma profunda consciência vocacional e missionária, fonte de um estilo renovado nas relações eclesiais, de novas dinâmicas participativas e de discernimento eclesial, e de uma cultura de avaliação, que não pode ser estabelecida sem o acompanhamento de processos formativos orientados. A formação em estilo sinodal da Igreja promoverá a consciência de que os dons recebidos no Batismo são talentos que frutificam para o bem de todos: não podem ser escondidos ou permanecer inoperantes” (n. 141).
Eis um convite importante do documento: reconhecermo-nos como vocacionados e missionários. Ser cristão é algo que toca a pessoa no mais profundo do seu ser, marca sua identidade e define sua forma de estar no mundo. Essa conscientização é fundamental para sermos cristãos autênticos e comprometidos.
É essa tomada de consciência que nos leva a assumir nossa condição de vocacionados e missionários. Esse deve ser o fruto da Iniciação à Vida Cristã; caso contrário, os que recebem os sacramentos correm o risco de afastar-se da comunidade, sem assumir nela qualquer serviço, como se nada tivesse acontecido. Se a nossa catequese não desperta essa consciência, nossa proposta precisa ser repensada.
Ser discípulo missionário não é uma meta alcançada de uma vez por todas. Implica conversão contínua e crescimento no amor, “até alcançar a medida da plenitude de Cristo”. Se o dom da comunhão, da participação e da missão se renova em cada Eucaristia, por que, então, mesmo os que participam semanalmente das celebrações nem sempre se percebem como vocacionados e missionários?
Na Igreja, ninguém é mero destinatário da formação. Todos somos sujeitos ativos. Portanto, todos deveríamos sentir-nos comprometidos com a evangelização — concelebrantes nas nossas liturgias, corresponsáveis nos serviços da comunidade, participantes alegres e vibrantes nos eventos de fé.
Não esqueçamos: a oração é a primeira ação missionária e, ao mesmo tempo, a primeira força da esperança. A evangelização é sempre um processo comunitário, assim como a própria esperança cristã. A ação missionária de formar e amadurecer a fé em Cristo é “o paradigma de toda a obra da Igreja”. A conversão pastoral que buscamos passa necessariamente por essa consciência: todos somos vocacionados e missionários.
Assim vivendo, seremos verdadeiramente “missionários da esperança entre todos os povos”.
+ Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osório.
Fonte: Ascom Diocese de Osório / Melissa Maciel
