O bispo da Diocese de Osório, dom Jaime Pedro Kohl, dedicou seu artigo desta semana ao tema das vocações dedicadas aos Ministros Ordenados na Igreja Católica do Brasil, em celebração ao mês de agosto voltado para as vocações.
Na primeira semana do mês, dom Jaime aborda o chamado ao sacerdócio, destacando os requisitos e qualidades essenciais para aqueles que são chamados a servir como diáconos, presbíteros e bispos. Ele enfatizou que não é necessário ser uma pessoa perfeita ou extraordinária, mas sim um cristão que ama e é amado, confiante em Deus e disposto a colocar-se à disposição Dele.
Dom Jaime sublinhou a importância da vida sacramental na comunidade cristã, mencionando que os Ministros Ordenados têm a responsabilidade de abençoar o pão e o cálice em memória de Jesus, além de realizar outras cerimônias como batismos, confissões e unções. Ele ressaltou também a necessidade de uma vida de oração contínua, amor pela liturgia e capacidade de escutar e acolher todas as pessoas.
O artigo semanal de dom Jaime Pedro Kohl é parte de uma série dedicada às vocações, que continuará a explorar diferentes aspectos do chamado cristão ao longo do mês de agosto.
Confira a íntegra:
O que precisa para ser padre?
A Igreja do Brasil dedica o mês de agosto às vocações. Nesta primeira semana falaremos dos Ministros Ordenados: o chamado a ser diácono, presbítero e bispo. Quem pode ser chamado ao sacerdócio? O que precisa saber? Quais atitudes? Quais qualidades humanas e cristãs?
Podemos logo dizer que não precisa ser um super-homem, santo ou perfeito, mas uma pessoa normal, um bom cristão que ama e se deixa amar, que acredita em Deus e a Ele se confia, colocando-se à disposição Dele para o que der e viver.
Para comungarmos o “pão da vida”, como nos convida o Evangelho, precisamos dos ministros ordenados, a quem Jesus confiou a responsabilidade de abençoar o pão e o cálice em Sua memória. Podemos dizer que o chamado ao sacerdócio – nos seus três graus – está muito em função da vida sacramental dos cristãos: batizar, confessar, consagrar, ungir, abençoar…
Todos sabem que a vida do ministro ordenado está em função da porção do povo que lhe foi confiada, no grau próprio como diácono, presbítero ou bispo. Seu envolvimento com o sagrado é uma constante. Portanto, precisa cultivar uma vida de oração, ter amor pela liturgia, ser capaz de escutar todas as pessoas, acolher bem…
Aos que procuram Jesus perguntando: “O que devemos fazer para trabalhar nas obras de Deus?” Jesus respondeu: “A obra de Deus consiste em que acrediteis naquele que Ele enviou”. Essa resposta vale para todas as vocações. Mas me atrevo a dizer que o ministério ordenado é uma das formas por excelência de trabalhar nas obras de Deus. Tudo na vida do padre está relacionado às obras de Deus: práticas religiosas, celebrações, orientação espiritual, pregação, etc.
Jesus, ao dizer que “a obra de Deus consiste em acreditar naquele que Ele enviou”, deixa claro que a fé é a condição primeira e fundamental de toda vocação. Se o ministro ordenado for aquilo que é chamado a ser: “homem de Deus para os homens e homem dos homens para Deus”, será um trabalhador na Obra de Deus, uma pessoa fecunda e feliz.