Em uma entrevista à Rádio Maristela na manhã desta sexta-feira (17), o coordenador da 10ª Coordenadoria Regional da Defesa Civil do Litoral Norte gaúcho (CREPDEC), Tenente-Coronel Rodrigo Canci Pierosan, convidou toda a população de Torres e região a participar da pesquisa “Percepção de Riscos de Desastres Naturais Pela População Gaúcha”. A iniciativa, que já ultrapassou a marca de 10 mil respostas em todo o estado, visa compreender como os cidadãos percebem os riscos e qual a sua experiência com desastres naturais, para assim fortalecer as ações de prevenção e resposta.
“A pesquisa serve justamente para pegar a percepção real das pessoas, de toda a comunidade”, explicou o Tenente-Coronel Pierosan. “Precisamos identificar o quanto nossas comunidades cresceram em percepção de risco e cuidados, e quais protocolos de comunicação são mais eficazes”.
Acompanhado do coordenador municipal de Proteção e Defesa Civil, Luis Felipe Rodrigues dos Santos, o Tenente-Coronel Rodrigo destacou que a colaboração da população é fundamental para que a Defesa Civil possa “compreender a melhor forma de chegar até a casa de cada um dos gaúchos para que a nossa comunicação seja efetiva”.
QUAL O OBJETIVO?
Lançada em 8 de setembro pela Subchefia de Proteção e Defesa Civil do Rio Grande do Sul, a pesquisa é uma ação estratégica para traçar um cenário detalhado sobre o conhecimento e a preparação da população frente a eventos climáticos adversos. Os dados coletados serão revertidos em ações direcionadas para o atendimento ao público, seja em campanhas midiáticas ou na execução dos serviços.
“Sabemos que, por mais que a Defesa Civil aprimore seus processos, é o comportamento da população que será decisivo”, fundamenta o material de divulgação da campanha. A iniciativa está alinhada com as mais modernas diretrizes globais de redução de desastres, como o Marco de Sendai e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
OS RISCOS DO LITORAL NORTE
Durante a entrevista, Pierosan alertou que o Rio Grande do Sul abriga o segundo maior corredor de furacões do mundo, o que coloca o litoral em uma posição de vulnerabilidade. A região, que abrange 21 municípios sob a coordenação da 10ª CREPDEC, apresenta riscos específicos. “Nosso foco maior aqui é a encosta da Serra. Em Maquiné, por exemplo, mais da metade das nossas áreas com risco de deslizamento de solo foram identificadas lá”, informou.
Em Torres, o Morro do Farol é um ponto de atenção constante, tanto pelo risco de deslizamento quanto pela queda de pedras. O coordenador afirmou que a área é monitorada e já possui estudos geológicos detalhados, com trabalhos em andamento para garantir a segurança de moradores e turistas.
ALERTA PARA O VERÃO
Aproveitando a proximidade da alta temporada, o Tenente-Coronel fez um apelo para os cuidados redobrados durante o verão, especialmente no período que antecede o início oficial da Operação Verão, em meados de dezembro.
“O nosso grande número de óbitos não é no mar, mas em águas internas: lagoas e rios”, alertou. Ele reforçou a importância de os pais orientarem os filhos e de os jovens evitarem locais desconhecidos ou sem a presença de guarda-vidas, lembrando o lema: “Água no umbigo, sinal de perigo”. Outros riscos comuns da estação, como descargas elétricas, águas-vivas (mães d’água) e acidentes domésticos, também demandam maior atenção.
COMO PARTICIPAR DA PESQUISA?
A participação é simples, rápida e fundamental para a segurança de todos. O questionário, composto por cerca de 30 perguntas, pode ser respondido online até o dia 23 de outubro de 2025.
“Pedimos que o pessoal seja o mais sincero possível”, reforçou o Tenente-Coronel. “Já agradeço aos mais de cem torrenses que já participaram e nos brindaram com suas experiências”.
