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Bispo de Osório realiza Visita Pastoral à Paróquia Senhor Bom Jesus em Morrinhos do Sul e Mampituba

por Melissa Maciel

Entre os dias 17 e 22 de junho de 2025, o bispo da Diocese de Osório, dom Jaime Pedro Kohl, realizou Visita Pastoral à Paróquia Senhor Bom Jesus, que abrange os municípios de Morrinhos do Sul e Mampituba. A extensa programação percorreu os quatro setores que compõem a paróquia: Cesareia, Samaria, Galileia e Judeia, totalizando 22 comunidades visitadas. Missas, reuniões com lideranças, confraternizações e encontros com idosos marcaram os seis dias de intensa presença pastoral. A visita culminou com a Missa festiva em honra a São Manuel, durante a tradicional Festa Municipal da Banana, na comunidade de Rio de Dentro.

Os principais temas abordados nas conversas com as comunidades foram a Iniciação à Vida Cristã (IVC), a vivência litúrgica e o cuidado com a vida por meio da caridade. Dom Jaime destacou o esforço das comunidades em manter vivas as celebrações e iniciativas pastorais, mesmo diante do desafio do envelhecimento populacional e da evasão juvenil. Houve reconhecimento das boas práticas na produção rural e da organização comunitária, assim como atenção às reformas dos espaços físicos e à necessidade de fortalecer a catequese e os grupos de jovens. A seguir, o artigo completo da visita pastoral, escrito pelo próprio bispo.

Leia a íntegra:

Visita Pastoral da Paróquia Senhor Bom Jesus

Morrinhos do Sul e Mampituba – de 17 a 22 de junho de 2025

Como a Paróquia Senhor Bom Jesus tem muitas comunidades, e as Crismas já haviam sido realizadas, além de a paróquia estar organizada por setores, o pároco, Pe. Adalberto Lumertz Borges, achou por bem dedicar um tempinho a cada comunidade. Assim, foram 22 os locais visitados.

No dia 17, visitamos o Setor Cesareia com as seguintes comunidades: Vila São Jacó, Vila Cambraia, Vila Broca, Vila Matias, Rio de Dentro, Costãozinho e Mampituba, onde também celebramos a Eucaristia com a participação de representantes das comunidades visitadas e uma pequena confraternização.

No dia 18, visitamos o Setor Samaria. Começamos com o Alto Rio de Dentro, Costão, Pixirica, Três Passos e Morro do Forno, onde celebramos a Eucaristia com alguns representantes dessas comunidades visitadas e concluímos com um momento de partilha. Às 19 horas, aconteceu a reunião com o Conselho Pastoral Paroquial (CPP) e o Conselho de Assuntos Econômicos Paroquial (CAEP) na comunidade do Costão.

No dia 19, pela manhã, celebramos a Santa Missa de Corpus Christi em Três Cachoeiras, por ocasião do rito de admissão como candidato às Ordens Sacras do seminarista Rodrigo Webber, natural de Morrinhos do Sul. Houve grande participação do povo. Em seguida, almoço vocacional no salão paroquial. Pela tarde, um momento de encontro com pessoas idosas e enfermas na casa da avó do seminarista Rodrigo, em Morrinhos do Sul. E, às 17 horas, Santa Missa de Corpus Christi na Igreja Sagrada Família de Morrinhos do Sul. Logo após, confraternização em comemoração aos 37 anos de Ordenação Sacerdotal do Pe. Adalberto.

No dia 20, visita ao Setor Galileia. Iniciamos na comunidade de Morro Bicudo, depois Taquaruçú, Rio da Invernada, onde almoçamos, Rio do Meio e Roça da Estância, onde, além da conversa, também celebramos a Eucaristia com representantes das comunidades do setor que foram visitadas.

O dia 21 foi dedicado ao Setor Judeia, que compreende as comunidades do Chapecozinho, Alto Chapecozinho, Tajuvas, Morro de Dentro e o Centro de Morrinhos do Sul. Encerramos o dia com a Missa da Novena na comunidade São João Batista, na Pixirica. No retorno, passamos na casa do leigo Afonso, onde o grupo de jovens estava festejando sua Festa Junina.

No domingo, dia 22, às 10 horas, Missa festiva em honra a São Manuel e Festa Municipal da Banana na comunidade Rio de Dentro, onde almoçamos com a comunidade local e visitantes.

Algumas observações gerais a partir dos três temas de conversa realizados em todas as comunidades visitadas:

Iniciação à Vida Cristã (IVC): Algumas comunidades têm poucas crianças e adolescentes. Consequentemente, há poucos batizados. Mesmo assim, já estão seguindo a proposta da preparação dos pais e padrinhos em sintonia com as orientações da Diocese. O mesmo ocorre em relação à preparação para a Crisma e Primeira Eucaristia. Em alguns casos, as comunidades se unem a outras vizinhas para formar um grupo mínimo. Em relação à preparação para o Matrimônio, ainda não há catequistas preparados para seguir o Itinerário proposto pela Pastoral Familiar, mas é intenção do pároco promover essa formação nos próximos meses.

Liturgia: Com relação à celebração da fé, a maioria das comunidades tem a Santa Missa duas vezes por mês e, nos outros domingos, realizam a celebração da Palavra com a ajuda dos Ministros da Eucaristia. Praticamente todas as comunidades relataram que, nestas celebrações da Palavra, a participação é fraca. Isso se justifica um pouco pela participação em outras comunidades em dias de festa, como forma de entreajuda. Na maioria das comunidades, há a visita das capelinhas que passam pelas casas. Quase todas têm ao menos um ou dois Grupos de Famílias. Mas todos reconhecem que, nesse aspecto, já foi melhor. Um aspecto positivo é a presença da Infância e Adolescência Missionária (IAM) em algumas comunidades.

Cuidado da Vida (Caridade): Praticamente todas as comunidades afirmaram que, em seus municípios, quase não há pessoas em situação de necessidade quanto a comida e roupa. Na área da saúde e da educação, são bem assistidos pelos serviços públicos municipais. Quando fazem campanhas de doações, destinam os itens para outros locais, especialmente Torres. Na Missa de Corpus Christi, a coleta de quase R$ 4.000,00 foi doada a uma família que, no momento, precisa de ajuda para o tratamento de reabilitação do filho que sofreu um acidente grave.

A Paróquia Senhor Bom Jesus é composta, praticamente, por uma população totalmente rural, cuja principal produção é a banana, com ritmo constante de colheita e comercialização. Há boas experiências de produção ecológica e em forma associativa, o que gera maior retorno financeiro para os produtores. Em seguida vêm o arroz e os hortifrutigranjeiros, como batata-doce, aipim, maracujá, entre outros. Quando perguntei se estavam felizes de estar onde estão e com o que fazem, a resposta foi unânime: satisfação. Isso é um bom sinal.

Apesar das boas condições financeiras e da satisfação, as comunidades percebem o envelhecimento da população. A tendência dos jovens é sair para estudar e seguir outras profissões. Há dificuldade em encontrar mão de obra para o trabalho braçal. Existem poucos grupos de jovens, e os que existem são  bem animados. Praticamente todas as comunidades têm seus Ministros da Eucaristia.

Várias comunidades, nos últimos anos, realizaram ou estão realizando reformas consistentes em suas estruturas físicas (igrejas e salões), melhorando seus espaços de celebração e convivência. Concordam quanto à necessidade de também qualificar os locais destinados à catequese e aos encontros dos grupos de jovens.

No que se refere à sustentação das comunidades, o dia a dia se mantém por meio do dízimo, mas todos reconhecem que está muito aquém do ideal, devido ao antigo costume da taxa por família. As reformas e outros investimentos maiores têm como principais fontes de recurso as festas dos padroeiros, que geralmente são duas, e campanhas de doações. Para a manutenção da paróquia, cada comunidade colabora com um valor fixo definido em proporção ao número de famílias.

A meu juízo, a Paróquia Senhor Bom Jesus tem grande potencial humano (famílias jovens, lideranças capacitadas, pessoas empreendedoras) e também financeiro (boa condição econômica e trabalho estável). A família, com sua tradição católica baseada na fé, foi o alicerce da formação da cultura local. Se percebi corretamente, parece-me que a família é valorizada e sentida como um espaço vital na região. Os filhos ou parentes que saíram retornam com frequência para manter vivos os laços familiares.

As pessoas lembram com carinho dos padres que por lá passaram, com as características próprias de cada um, e demonstram contentamento e satisfação com o novo pároco, Pe. Adalberto. Devo dizer que me senti muito bem acolhido por todos que visitei ou encontrei durante a maratona das visitas. Agradeço a cada pessoa e a cada comunidade pelo carinho e atenção, expressos também na quantidade de cestas com produtos da terra e coloniais que me ofereceram. De outra forma, evidentemente, recordei a generosidade dos moçambicanos e faço votos de que continuem assim: dispostos a se ajudarem mutuamente, entre si e entre as comunidades, fortalecendo o espírito paroquial e diocesano. Que o Senhor Bom Jesus conforte e abençoe a todos.

+ Dom Jaime Pedro Kohl, Bispo da Diocese de Osório

Fonte: Ascom Diocese de Osório / Melissa Maciel

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