
O artigo do bispo de Osório, dom Jaime Pedro Kohl, reflete sobre a vocação dos cristãos como portadores e construtores de esperança, inspirados pelo amor de Cristo. Ele recorda que a missão dos discípulos é viver o Evangelho em meio às realidades humanas, especialmente junto aos pobres, doentes e excluídos. A mensagem reforça o chamado à proximidade, à compaixão e à ternura como expressões concretas da fé, destacando que é no encontro com o outro que se manifesta o amor de Deus.
Dom Jaime ressalta que, em um mundo marcado pela solidão e pela desumanização, os cristãos são convidados a testemunhar uma esperança que ultrapassa o imediato e se abre às realidades divinas. Ele conclui afirmando que a missão de cada batizado é ser sinal do Coração de Cristo, comunicando o amor do Pai e ajudando a restaurar a humanidade ferida. A mensagem integra o espírito do Jubileu da Esperança, convocando todos a viver com fé ativa e compromisso solidário.
Leia o artigo completo:
Cristãos, portadores e construtores de esperança
Seguindo a Cristo Senhor, os cristãos são chamados a transmitir a Boa-Nova, partilhando as situações concretas da vida com aqueles que encontram, tornando-se portadores e construtores de esperança. Pois “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco em seus corações”.
Essa afirmação do Concílio Vaticano II, que expressa o sentimento e o estilo das comunidades cristãs de todas as épocas, continua inspirando seus membros e os ajuda a caminhar com seus irmãos e irmãs pelo mundo. Dirijo-me especialmente a vocês, missionários e missionárias ad gentes, que, seguindo o chamado divino, vão a outras nações para dar a conhecer o amor de Deus em Cristo. De todo o coração, muito obrigado!
Suas vidas são uma resposta concreta ao mandato de Cristo ressuscitado, que enviou discípulos para evangelizar todos os povos. Dessa forma, evidenciam a vocação universal dos batizados, que nos foi dada pelo Senhor Jesus. O horizonte dessa esperança ultrapassa as realidades mundanas e passageiras, abrindo-se às realidades divinas, que já podemos saborear no tempo presente. A salvação transcendente, escatológica, começa certamente nesta vida, mas se cumpre na eternidade.
Impelidas por tão grande esperança, as comunidades cristãs podem ser sinais de uma nova humanidade em um mundo que apresenta graves sintomas de crise humana: um sentimento generalizado de desorientação, a solidão e o abandono dos idosos, a dificuldade em estar disponível para ajudar quem está ao redor. Nas nações tecnologicamente mais avançadas, a proximidade está diminuindo: estamos interligados, mas não em relacionamento. O Evangelho, vivido em comunidade, pode nos devolver a humanidade íntegra, saudável e redimida.
Renovo o convite para realizar as obras mencionadas na Bula do Jubileu, com especial atenção aos mais pobres e frágeis, aos doentes, aos idosos, aos excluídos de uma sociedade materialista e consumista. E fazê-lo ao estilo de Deus, com proximidade, compaixão e ternura, cuidando da relação pessoal com os irmãos e irmãs conforme a situação em que se encontram. Muitas vezes, são eles que acabam por nos ensinar a viver com esperança! Pelo contato pessoal, podemos transmitir o amor do Coração compassivo do Senhor.
No Coração humano e divino de Jesus, Deus quer falar ao coração de cada pessoa, atraindo todos ao seu Amor. Fomos enviados para continuar esta missão: ser sinal do Coração de Cristo e do amor do Pai, abraçando o mundo inteiro.
+ Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osório
Fonte: Ascom Diocese de Osório – Melissa Maciel