
Em mensagem inspirada pelo Mês Missionário, o bispo diocesano de Osório, dom Jaime Pedro Kohl, destaca a urgência de renovar a missão da esperança, chamando os discípulos de Cristo a se tornarem “artesãos da esperança” em meio a uma humanidade frequentemente distraída e desanimada. Segundo o bispo, é pela vivência da espiritualidade pascal, celebrada em cada Eucaristia e vivida com intensidade no Tríduo Pascal, que os cristãos encontram força para evangelizar e testemunhar que “a morte e o ódio não são as últimas palavras sobre a existência humana”.
Dom Jaime reforça que os missionários da esperança são homens e mulheres de oração, sustentados pela Palavra de Deus e pela vida comunitária. Ele recorda que evangelizar é sempre um processo contínuo, que se fortalece na comunhão e no acompanhamento mútuo. O bispo convida ainda os fiéis a participarem da Coleta Missionária, neste final de semana, gesto concreto de solidariedade que apoia o trabalho evangelizador das Pontifícias Obras Missionárias em todo o mundo.
Leia na íntegra:
Renovar a missão da esperança
Perante a urgência da missão da esperança, os discípulos de Cristo são chamados, antes de tudo, a tornar-se “artesãos da esperança” e restauradores de uma humanidade frequentemente distraída e infeliz.
Para isso, é necessário renovar em nós a espiritualidade pascal, vivida a cada celebração eucarística, especialmente no Tríduo Pascal, centro e ápice do ano litúrgico. Fomos batizados na morte e ressurreição redentora de Cristo, na Páscoa do Senhor, que inaugura a eterna primavera da história.
Somos, portanto, “povo da primavera”, com o olhar cheio de esperança para compartilhar com todos, porque em Cristo “acreditamos e sabemos que a morte e o ódio não são as últimas palavras” sobre a existência humana. Do Mistério Pascal, celebrado na liturgia e nos sacramentos, tiramos continuamente a força do Espírito Santo, com zelo, determinação e paciência para trabalhar no vasto campo da evangelização. “Cristo ressuscitado e glorioso é a fonte profunda da nossa esperança, e a sua ajuda não nos faltará no cumprimento da missão que nos confiou.”
Os missionários da esperança são homens e mulheres de oração, pois, como dizia o cardeal Van Thuan, “a pessoa que espera é uma pessoa que reza”. Mesmo em meio à longa tribulação do cárcere, ele manteve viva a esperança. Não nos esqueçamos de que a oração é a primeira ação missionária e, ao mesmo tempo, a primeira força da esperança.
Renovemos, portanto, a missão da esperança a partir da oração, especialmente aquela alimentada pela Palavra de Deus e, em particular, pelos Salmos, que são uma grande sinfonia de oração cujo compositor é o Espírito Santo. Os Salmos ensinam a esperar na adversidade, a reconhecer os sinais de esperança e a cultivar o desejo missionário de que Deus seja louvado por todos os povos. Ao rezar, mantemos viva a chama da esperança acesa por Deus em nós, para transformá-la em um grande fogo que ilumina e aquece todos ao nosso redor — por meio de gestos concretos e atitudes inspiradas por essa mesma oração.
A evangelização é sempre um processo comunitário, assim como o é a própria esperança cristã. Esse processo não se encerra com o primeiro anúncio ou com o batismo, mas prossegue com a construção de comunidades vivas de fé, por meio do acompanhamento contínuo de cada batizado no caminho do Evangelho. Na sociedade moderna, a pertença à Igreja jamais é uma realidade conquistada de uma vez por todas. Por isso, a ação missionária de transmitir e amadurecer a fé em Cristo é “o paradigma de toda a obra da Igreja”.
Neste final de semana, somos convidados a manifestar nosso espírito missionário participando da Coleta Missionária, promovida pelas Pontifícias Obras Missionárias. Que nossa generosidade fortaleça as novas Igrejas e sustente a missão em todo o mundo.
+ Dom Jaime Pedro Kohl, Bispo de Osório