
O bispo da Diocese de Osório, dom Jaime Pedro Kohl, destacou a beleza e a importância da Vida Consagrada, masculina e feminina, como vocação de radical seguimento a Jesus. Os votos de pobreza, castidade e obediência transformam a vida dos consagrados, tornando-os sinais vivos do Evangelho nas comunidades, nas periferias e em locais onde a presença da Igreja é mais necessária.
Apesar de vocações desse tipo serem menos numerosas hoje, a Igreja reforça a necessidade de despertar a cultura vocacional e valorizar aqueles que respondem ao chamado de Deus. Para refletir mais profundamente sobre essa vocação e sua riqueza espiritual, leia o artigo na íntegra.
A Vida Consagrada é bonita!
Depois de dar-nos conta da necessidade de padres santos e pais presentes, nesta terceira semana nossa atenção vai aos consagrados e consagradas. Provavelmente, nem todos concordam comigo, mas não importa. É minha convicção que a Vida Consagrada, seja masculina como feminina, carrega consigo uma beleza encantadora que somente as almas simples e puras percebem. Não é uma beleza estética segundo os modelos da moda ou do mercado, mas uma beleza que vem do interior, do coração de pessoas que buscam viver com radicalidade o seguimento de Jesus.
Mediante os votos públicos de pobreza, castidade e obediência assumidos por toda a vida e o compromisso de colocar tudo em comum geram no ser humano uma condição nova, uma beleza que não dá para descrever, somente perceptível ao olhar puro e atendo, contemplativo e aberto à verdade mais profunda, aos valores próprios do Reino de Deus.
A vida dos jovens oferecida e gasta no serviço aos irmãos (vida religiosa ativa) ou na oração (vida religiosa contemplativa) não é para todos, mas grande graça para quem sente-se chamado ao seguimento radical de Jesus. Essa opção, para a família e à comunidade de origem, é uma benção e, para a Igreja e sociedade uma fonte de graças. A riqueza desta vocação só é compreendida na lógica da fé e do amor gratuito.
Para o mundo utilitarista e consumista isso beira à covardia, à estupidez. O “mundo” não acredita que isso seja possível ou tenha algum sentido, que isso faça uma pessoa feliz e realizada.
Uma ideia errada de liberdade leva pais e familiares a acharem que a Vida Consagrada seja cerceadora de direitos e da liberdade da pessoa. Mas, na verdade, é fonte de verdadeira liberdade, aquela liberdade interior, desapego te tudo e de todos, própria de quem entregou tudo e não tem mais nada a perder, por isso pode estar na periferia, na fronteira ou no deserto para anunciar o Evangelho do Reino, lá onde ninguém vai.
Reconhecemos que esse tipo de vocação está diminuindo, mas não é porque Deus não esteja chamando. O que falta é uma cultura vocacional que favoreça escutar a voz de Deus e uma educação para os valores espirituais e religiosos.
O consagrado é todo de Deus, alguém que foi admitido à intimidade pessoal, permitindo ser transformado por dentro e reservado para uma missão especial. Hoje, precisamos de pessoas que embarquem nessa aventura de um amor sem medida, apostando tudo em Deus e no seu Reino. Sim, a vida consagrada é bonita!
Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osório
Fonte: Ascom Diocese de Osório / Melissa Maciel