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Bispo de Osório reflete sobre a Cruz como revelação do amor de Deus

por Melissa Maciel

No artigo intitulado “Cruz, a mais inesperada revelação de Deus”, o bispo da Diocese de Osório, dom Jaime Pedro Kohl, convida os fiéis a contemplarem a cruz como a maior manifestação do amor misericordioso de Deus. A reflexão é motivada pela celebração da Exaltação da Santa Cruz, em 14 de setembro, solenidade que recorda a vitória do Cristo Crucificado e Ressuscitado, fonte de esperança e de vida nova para toda a humanidade.

Dom Jaime destaca que a cruz não pode ser reduzida a um símbolo decorativo ou amuleto, mas deve inspirar transformação de vida, entrega e solidariedade. Ao olhar para o Crucificado, o cristão é chamado a reconhecer nos pobres, doentes e sofredores de hoje os verdadeiros “crucificados” que necessitam de atenção e cuidado. Assim, a cruz revela-se não apenas como sinal de salvação, mas também como caminho concreto de amor e serviço.

Leia a íntegra do artigo:

Cruz, a mais inesperada revelação de Deus

No dia 14 de setembro, a Igreja Católica celebra a Exaltação da Santa Cruz, reconhecendo nela a maior manifestação do amor misericordioso de Deus. Contemplar a cruz e permitir que ela ilumine nossas vidas desperta sentimentos de consolação e gratidão indescritíveis.

O mundo moderno frequentemente procura fugir da cruz e negá-la, acumulando assim “cruzes” insuportáveis. Não há vida plenamente realizada e feliz sem sacrifício, doação e empenho constante, sem entrega dedicada a uma causa, mesmo no âmbito humano.

Para a Igreja Oriental, essa solenidade tem importância comparável à da Páscoa. Nesta data, o povo cristão celebra o triunfo da cruz, pois por meio dela a humanidade foi redimida e salva.

A cruz possui um valor simbólico capaz de evocar um bem supremo: a ação salvadora de Deus. Ela nos chama a contemplar o Crucificado e Ressuscitado. Quem a carrega, consciente ou inconscientemente, não a vê apenas como enfeite ou amuleto, mas como sinal de alguém capaz de transformar dor e sofrimento em esperança e vida eterna: a vitória do Amor.

No uso litúrgico, a cruz próxima ao altar recorda a serpente de bronze que Moisés levantou no deserto: ao olhá-la, os hebreus mordidos pelas serpentes eram curados. Assim, cremos que o Filho do Homem, por sua morte na cruz, trouxe salvação a toda a humanidade: “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho Unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele.”

Além disso, a cruz deve nos conduzir aos crucificados de hoje: os pobres, doentes, idosos, explorados, crianças… Eles são os mais dignos de estarem presentes, de alguma forma, ao lado de nossos altares durante as celebrações. A salvação se concretiza na atenção e no cuidado para com eles, lembrando as palavras do Evangelho: “Tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber…” (Mt 25).

Sim, a cruz é a mais inesperada revelação de Deus, do seu amor por nós e por toda a humanidade. Não é à toa que as últimas palavras de Jesus antes de entregar o espírito foram: “Pai, perdoa-lhes: eles não sabem o que fazem.”

Obrigado, Senhor, por tanto amor, e continua suplicando ao Pai por nós, pecadores.

Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo Diocesano

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