A primeira reunião de avaliação de projetos do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) em 2025 foi realizada no dia 30 de junho, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília. Ao todo, 45 iniciativas foram aprovadas para receber recursos da Coleta Nacional da Solidariedade, gesto concreto da Campanha da Fraternidade 2025, que tem como tema “Fraternidade e Ecologia Integral” e lema “Deus viu que tudo era muito bom!” (Gn 1,31).

Nesta etapa, foram inscritos 231 projetos, dos quais 141 foram pré-analisados e 65 submetidos à análise do Conselho Gestor do Fundo. Os 45 aprovados receberão, juntos, R$ 1.413.408,79 para execução das ações. Outros 17 projetos foram indeferidos por não atenderem aos critérios do edital e 3 aprovados ainda aguardam complementação de informações.
Destaques da análise
O maior número de projetos aprovados está no eixo 3 do edital, que trata da formação para uma ecologia integral, com 24 iniciativas aprovadas. Em seguida, o eixo 2 — economia alternativa e transição energética — teve 18 projetos aprovados, e o eixo 1 — apoio a vítimas de catástrofes e crimes ambientais e ações de restauração ambiental — teve 3 projetos aprovados.
Minas Gerais lidera entre os estados com o maior número de projetos aprovados (15). Também foram contempladas iniciativas dos estados do AM (5), RS (5), TO (3), CE (2), DF (2), PI (2), PR (1), SP (2), ES (1), GO (1), MA (1), MT (1), RJ (1), RO (1), SC (1), SE (1).
Novos prazos para inscrição
A próxima etapa de avaliação do Conselho Gestor será em 25 de agosto. O período de envio de novos projetos vai de 1º de julho a 1º de agosto. A terceira reunião do Conselho está marcada para 22 de setembro, e uma quarta reunião acontecerá em 17 de novembro para análise de remanescentes.
Ecologia integral e transformação social
O secretário executivo de Campanhas da CNBB, padre Jean Poul Hansen, destacou que os projetos aprovados estão alinhados aos objetivos da Campanha da Fraternidade, mesmo diante do desafio que algumas entidades ainda têm de adequar suas propostas ao conceito de ecologia integral.
“Os projetos aprovados são expressivos, bem estruturados e trarão grandes benefícios para a ecologia integral em nosso país”, afirmou.
Entre os projetos mencionados, segundo ele, está o da diocese de Parintins (AM), que instalará sistemas de energia solar em barcos missionários — um exemplo concreto de transição energética. Outros projetos envolvem hortas comunitárias, compostagem e ações de formação ambiental em instituições de ensino superior.
Padre Jean também reforçou o compromisso histórico do FNS com a ação social da Igreja:
“Desde 2015, o Fundo administrado pela CNBB já contemplou centenas, talvez milhares de projetos. Em 2024, todos os estados brasileiros tiveram projetos aprovados”.
Ele comparou a Coleta da Solidariedade ao “óbolo da viúva”: “É a moedinha colocada no interior, na capital, que se junta à de tantos outros e transforma vidas”.
Novo membro do Conselho
A reunião marcou também a acolhida do novo ecônomo da CNBB, padre Felipe Lima, da arquidiocese do Rio de Janeiro. Participando pela primeira vez do encontro do Conselho Gestor, padre Felipe comparou a atuação do Fundo à multiplicação dos pães:
“O pouco de muitos faz com que os projetos deem frutos. A reunião me deixou feliz por ver o desejo de transformação social e cultural que pulsa em tantas comunidades do Brasil”.
Ele ainda destacou a importância das próximas etapas de inscrição:
“Ainda teremos outras reuniões neste ano para analisar novos projetos. A generosidade das comunidades precisa se converter em ações concretas que alcancem os corações que anseiam por transformação”.
Saiba mais
Projetos podem ser apresentados por qualquer entidade com CNPJ ativo — paróquias, dioceses, organizações da sociedade civil — desde que estejam em sintonia com os valores do Evangelho e o conceito de ecologia integral proposto pelo Papa Francisco. Todas as informações e o edital completo estão disponíveis no site do Fundo Nacional de Solidariedade (aqui).
Fonte: CNBB